O tempo estava frio, era uma típica manhã, ela prepara seu café, separa suas torradas, e age como se tudo estivesse completamente normal, igual. Seu coração ?Dizia mil palavras a cada batida. Sua cabeça tão tumultuada que ira incapaz de imaginar. Seu sorriso estava tão desgastado que já não era mais capaz de fingir. Ela cansou. Pegou o papel mais próximo, uma caneta que falhava o tempo todo, porém nem isso a impediu de começar a escrever aquilo que julgava ser sua ultima carta, ultimo desabafo, apenas, ultimo. A carta :
” Desde pequena as pessoas me cobram sorrisos e simpatias, alegrias e piadas, olhos brilhantes e senso de humor, e sempre fui capaz de fornecer, de mostrar que ainda tenho um pingo de esperança ao menos, um pouco de perspectivas, mas a verdade, é que acabou. Acabou aquela positividade e otimismo, acabou todo aquele fingimento e interpretação, não foi porque quis, não foi intencional, foi necessário. Talvez aquela pequena menina aos olhos dos outros, sempre sorridente e de bem com a vida, tenha problemas impressionantes e soluções completamente inimagináveis do seu ponto de vista. Talvez aquela pequena, tenha ficado exausta de ter um sorriso de ponta a ponta do rosto para cada pessoa que a perguntasse se estava bem e como anda a vida. Talvez aquela pequena tenha crescido e percebido que não era tão especial assim, não era essencial […] Eu cansei. Tá dificíl, tá complicado, a tempos tenho experimentado a pior forma de morrer : aquele tipo em que você morre, e continua vivo, o coração continua batendo, de uma forma um tanto quanto desanimada, mas está ali, batendo, funcionando, sobrevivendo. Não dá mais para estar assim, não dá mais para ignorar o fato de que sou apenas mais uma no mundo, tão substituível e despensável. O que me levou a tudo isso, foram as pessoas, não apenas elas, mas suas constantes manias de achar que tudo é perfeito e bonito, quando na verdade tudo está um grande buraco negro cada vez mais forte te puxando para baixo. Meu café tá esfriando, aqui, ao meu lado, junto com a minha alma e minha personalidade.[…]”
Ela parou, tomou fôlego, tomou o ultimo gole e olhou para sua janela. Viu o quanto o céu estava lindo, estava completamente azul, mesmo o tempo frio. Ela sorriu, e daquela vez foi sincero. Amaçou a carta, jogou no lixo mais próximo. Algo a tocou, algo, talvez uma pequena porta para o otimismo, talvez uma fechadura e ela estava disposta a achar a sua chave. E colocou sua roupa favorita, seu batom, desajeitou seu cabelo, e estampou aquele sorriso no rosto capaz de enganar qualquer um que ouse perguntar se ela está bem. Ela voltou. (Confissão Adolescente)
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