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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Todos os dias, ela vem e bate na porta de casa. Vem de mansinho — como quem não quer nada, mas tem tudo. Gosto tanto do seu papo agradável que por mim,  conversaríamos por horas. Às vezes, me deparo com nós duas lá no sofá, fazendo companhia uma para outra. Quando chega o amanhecer, a saudade vai embora, então, aproveitamos muito até as hora que ela precisa ir. Vejo fotos, músicas e vejo você estampado nela. Brincamos com números — mais especificamente com as datas, com cores também, principalmente as daquele teu sueter polonês favorito. Temos bom gosto, sabia? Para duas desconhecidas que se encontraram um dia sem mais e sem menos, nos damos muito bem. Ambas gostamos do teu relógio de couro envelhecido e principalmente do brilho que o teu cabelo tem quando está molhado. Teu cheiro não sai da memória, a fragrância dança entre as minhas narinas e provoca meu faro. Guardo até hoje o botão do teu casaco que escapou quando o enroscou na maçaneta da porta. Você se lembra? tivemos que correr pros fundos de casa, pois se meu pai nos visse nos beijando no portão de casa, iriamos estar encrencados. Foram mais que dias — foram pedacinhos de uma eternidade inteira. Uma não, nossa eternidade. Compartilho tudo com aquele meu velho diário verde escuro,  que você morria de curiosidade de ler. Deixei gravado pouquinho de nós ali, assim como fiz no coração. Peço para a saudade te trazer de volta, mas ela me jura não ser forte o suficiente pra te arrastar pra perto de mim mais uma vez. Tenho feito o mesmo pedido pro amor, mas também é em vão. Não sei pra quem pedir, a não ser para você. Então, volta. Por mais que eu goste dessa minha companhia não tão vazia, ainda prefiro a sua.
Só me perdoe, tudo bem? Por não ser perfeita, por não ser suficiente, por sempre me sentir inferior. Desculpa por não ser tudo aquilo que você sempre quis, por não ser o que você merece. Juro que lamento muito por isso. Por não ser a pessoa que você precisa.
Normalmente eu falo só por mim. Mas agora não. Agora somos dois corações destruídos, duas pessoas perdidas, remando contra a corrente. Ultimamente, nós só estamos colecionando mágoas. Eu te machucando, você me machucando. E os dois voltando para casa sem saber como agir. Onde é que foram parar aqueles nossos momentos tão cheios de vida? Por onde andam aquelas ligações que duravam horas? O que foi que aconteceu com as nossas conversas bobas? Afinal, o que foi que aconteceu com nós dois? Eu realmente sinto falta daquilo. A verdade é que nós mudamos muito e qualquer um é capaz de notar isso. Você está tão diferente e mudado. Já não tem mais os velhos hábitos de antes e nem os mesmos gostos. Até o seu jeito de falar e agir mudou um pouco. E claro, também tenho consciência das mudanças que ocorrem em mim. Na verdade, acho que o tempo que passamos longe um do outro causou muito mais efeitos em mim do que em ti. Eu ando tão cheia de dúvidas, de temores. E ano que vem, como é que vai ser? Tenho medo das mudanças que podem acontecer. E tenho ainda mais medo de nós dois não sermos fortes o suficiente para aguentar e suportar todas elas. (Nathália Lima ♔)
Ela será única. Você conhecerá outras pessoas, terá um flashback com a sua ex namorada, terá uma nova namorada, mas ela continuará sendo a sua preferida. Provará outros beijos, se sentirá frustrado, algumas vezes, ao perceber que aquela loira linda da festa não beija tão bem assim. Passará a mão em outros cabelos, alguns mais longos, outros mais curtos, mais cheios, mas de qualquer forma, sentirá falta dos cabelos dela, que de tão pouco se perdiam nos seus dedos. Você sentirá outros perfumes, amadeirados, cítricos, doces, e sentirá falta do cheiro da pele dela, que tinha um cheiro tão bom que te fazia fechar os olhos e suspirar fundo. Você chorará, toda noite, baixinho, sentindo a maior saudade que você já sentiu em toda a sua vida. Olhará para os lados, verá a vida passando, e sentirá uma falta quase mortal da vida que ela te proporcionava todos os dias. Você entenderá que a amava. Você entenderá que a ama. Você entenderá que ela será eterna. E-t-e-r-n-a. Você, ao conhecer outras com o mesmo nome, sentirá um aperto no peito ao dizer que esse nome é lindo, sentirá suas mãos tremerem ao lembrar que dizia que esse seria o nome da filha de vocês. O seu celular, ao tocar, após anos, após milhares de vezes, ainda desejará realizar uma ligação de vocês, aonde ela dirá que ainda te espera, e você dirá que está indo buscá-la, assim como em um texto que um dia ela escreveu. Você irá ler, palavra por palavra de tudo que ela escreveu um dia, e se surpreenderá ao ver que ela suplicava por você. Você se sentirá um idiota. Mas ela, ela continuará sendo única. Ela continuará sendo sua. Você continuará sendo dela. Mas a vida continuará. Ela fará um esforço descomunal para te esquecer, talvez, por alguns anos, ou até que toque a música de vocês, conseguirá. Lembrará de vocês com uma pequena tristeza mas com um grande afeto, assim como ela sempre disse, você ainda será a escolha dela, mas infelizmente, a vida lhe deu outras opções… Reticências, sua vida será repleta delas, assuntos não terminados, desejos não obedecidos, o maior e único amor da sua vida, perdido pela sua incapacidade de amar alguém. Você virá um dia para perto da casa dela, pensará uma, duas, três, mil vezes em um jeito de tentar achá-la, de descobrir se após tantos anos, ela ainda irá morar ali. Ela, irá para perto da sua casa, passará na sua rua uma, duas, três, mil vezes, na intenção de que você a veja e diga: ”Finalmente“. Ela passará mesmo na sua rua, porque sempre foi mais decidida que você, você ficará só planejando.
Não há mais nada a fazer. Existem coisas- pessoas, que nós devemos deixar para trás. Há sentimentos dentro de nós mesmos que temos de nos esvair. Para que outros possam adentrar. Não existe possibilidade alguma da tristeza e a alegria habitar em um mesmo lugar. Tão pouco o amor e o ódio não precisam e também não devem andar de mãos dadas. Querendo ou não, se as coisas – sua vida – continuar assim na fase do “sentindo e não sentindo” “amando e odiando” chegará a certo ponto em que alguém – você, sairá ferido no meio dessa batalha sem fim, rumo a um destino de ilusão e de bônus mais sofrimento. Vá meu caro, tente se contentar com o que tem. Não procure sentimentos em lugares que nunca obtiveram nenhum sinal de vida. Não se desgaste com tão pouca coisa. Coloque seus pés no chão por um instante, não tente voar alto demais, provavelmente tu não irás alcançar e tu só iras se machucar. Tire de seus devaneios aquilo que só te faz mal. O amor é assim mesmo. Enfeitiça-te e o deixa transtornado. Ao ponto de você amar só quem quer o mal de ti. E te cegar para tu não ver quem te quer bem – que te ama de verdade.  Por tanto assim digo para ti; Quando tudo der errado em sua vida, quando o seu amor que tu esperavas que fosse recíproco, mas não foi bem assim, tu na verdade amou sozinho. Não sejas tolo. Não vá correr atrás daquilo que só te fez sofrer. Tire a venda que o amor colocou em seus olhos, não faça nada.. deixe como tudo está. Deixe que o tempo arrume e desarrume você.
Ah, pobre menina! Acreditava tão fácil nas pessoas. Sofria por tão pouco. Se iludia com qualquer sorriso. Era enganada tão facilmente. Sonhava tão alto. Sorria tão timidamente. Se fazia de durona, mas por dentro era mais mole que maria-mole. Era extremamente e absurdamente frágil, mas ninguém percebia isso. Que menina estranha era ela! Esperava por coisas que talvez nem iriam chegar e procurava por coisas que talvez nem existiam. Pensava, sozinha, por horas. Gostava de olhar o céu e contar estrelas. Chorava ao ar livre para que as lágrimas pudessem secar rapidamente. Sussurrava palavras para si mesma: “que mania feia essa de ficar falando sozinha, menina."
Não tenho o corpo de modelo e nem milhões de amigos. Se eu quero conquistar um garoto eu uso o cérebro e não a bunda. Vivo reclamando do meu cabelo, mas não vivo sem ele. Tenho medo de me apaixonar e sofrer. Gosto de algumas pessoas em segredo. Odeio dramas, exceto os meus. Não sei gostar pouco, quando gosto eu gosto muito. E quando odeio tambem. Não gosto muito de usar salto alto, prefiro all star. Sou muito ciumenta, mas o pior de tudo é quando eu tenho ciúmes de coisas e pessoas que não são minhas. Costumo colocar sentimentos onde não deveria existir nada. Não sei explicar nada pra ninguém. Odeio que falem mal do meu românce secreto com meu ídolo, é muito assedio por isso a gente não quer assumir o namoro. Sou um pessoa muito feliz, por isso falam que eu sou doida!
Eu gosto mesmo.. é de sentir. Mas sentir de verdade, sentir com bastante intensidade. Amor. Paixão. Qualquer coisa, que me faça tirar os pés do chão, algo que me faça prender a respiração. Ou até mesmo que faça meu coração bater mais forte e que faça-me sentir como se estivessem borboletas embrulhando meu estômago. Pois gosto mesmo é de sentir coisas novas, algo inédito ou até mesmo inexplorado… esse vazio me enjoa, me cansa, me enfastia.. me desagrada tanto. Que pra falar a verdade, essa coisa de me sentir tão “normal” já vem me irritando bastante […]
— Gabriela Novaes
Tão longe ficou o tempo, este, onde eu tinha a capacidade de sentir e esperar coisas boas como aconchego, confiança. Faz tempo em que esqueci como se dança, perdi todas as esperanças. Tão longe a felicidade ficou, quanto coisa boa não chegou. Tão longe ficou o tempo, aquele, aquele velho tempo onde a confiança existia entre os meus dedos, onde eu tinha aquelas tão estranhas vontades de sorrir, e eu me alegrava com pequenas, simples coisas. Onde os amigos eram amigos, o dinheiro nada valia, e os meus sentimentos não eram estas coisas estranhas, doídas. Tão longe passou o tempo, onde as vontades de viver gritavam, dançavam, e aquelas vontades de me dominavam, me empurravam pra frente, nas minhas velhas vontades de continuar. Hoje não sei mais como continuar. Não escrevo mais cartas, não escrevo mais nada, com a esperança que alguém se compadeça de mim. Hoje, não consigo mais ligar a estes amigos estranhos (e contar, contar, contar) tudo aquilo que tanto vivi, tudo aquilo que tanto sofri. Os chás, bolos, chocolates não me consolam mais. Nada me consola mais. De tanto chorar, acabei saindo da velha roda de dança. Eu já não sei mais o que faço. Esqueci como se dança menina, esqueci, esqueci o velho verbo ‘amar’. Igor Lopez.

Vestida de sentimentos

Todos os dias ela levantava e colocava sua velha roupa de felicidade, vestia-se da cabeça aos pés, aquela vestimenta que, aos olhos alheios, tão linda; calçava aos pés algo que a fazia passar pelos espinhos e não doessem nela; punha uma sombreira que encobria seu rosto, trazendo, diante de todo aquele sol, um sorriso escondido pelas sombras, tinha em suas mãos algo, uma espécia de luva, que abrangia a todos, e todos sentiam-se acalentados com a sua presença, ninguém percebia nada de errado, às vezes ela até passava despercebida diante dos tais (…) passava o dia inteiro com aquela vestimenta, que parecia frágil, mas resistia, de uma forma tão surpreendente, a todos os males dos dias que passavam (…) mas a noite caía, ela voltara pra casa cansada de todo aquele peso da vestimenta, e tirava-a parte por parte, dos pés a cabeça despia-se inteira, e voltava a sua aconchegante “realidade” enquanto a noite vinha, punha um simples vestido que não tinha um nome fixo, era um nômade dos sentimentos, às vezes vinha de dor, outras de saudade, outrora apenas de cansaço, mas que sempre a fazia deitar em sua cama florida e seu travesseiro macio que a entendia melhor que o mundo inteiro, por um momento, ali, ela sentia-se protegida.

Minha lâmpada de cabeceira está estragada. Não sei o que é, não entendo dessas coisas. Ela acende e, sem a gente esperar, apaga. Depois acende de novo, para em seguida tornar a apagar. Me sinto igual a ela: também só acendo de vez em quando, sem ninguém esperar, sem motivo aparente. Para a lâmpada pode-se chamar um eletricista. Ele dará um jeito, mexerá nos fios e em breve ela voltará a ser normal, previsível. Mas e eu? Quem desvendará meu interior para consertar meus defeitos?
— Caio Fernando Abreu
“Ela era baixinha e tinha os cabelos longos, volumosos, dedos se perdiam entre eles, escorridos no seu rosto. Olhos fundos e castanhos. Indecifráveis. Usava um perfume que lhe fazia fechar os olhos e suspirar. Um sotaque engraçado e uma voz gostosa de ouvir. Um riso agradável, doce. Um abraço aconchegante. Uma timidez, que deixava-a mais atraente. Tinha um controle ímpar sob seus sentimentos, não sentia segurança suficiente para entregar-se totalmente. Receio ou medo, talvez. Já que, mais de uma vez, teve seu coração dilacerado. De tanto correr atrás, seus pés cansaram-se. Passou a acreditar que amor não existia, era mentira, uma história sem graça que lhe fazia bocejar, como uma criança, que acabara de descobrir que papai noel não existe, que fica abalada por ter vivido uma mentira — por mais boba que seja — mas que depois supera, tendo isso como lição, para nunca mais acreditar nas histórias que sua mãe lhe contava antes de dormir […] Era singular, era como música, era de gelo, era intensa, era indiferente, era possessiva, era ela, só ela, sem par […] Fria. De pedra. Tentava ser. Sofria. Sorrisos. Sinceros. Expectativas. Cansou-se. E de tando se decepcionar, hoje, não se decepciona mais.” (worldstopped)

- Tá se sentindo sozinha?
Dava aquela vontade de falar: “É claro que estou, ninguém me vê, ninguém me procura, ninguém se preocupa, ninguém pede se estou bem. Eu virei invisível aos olhos de todo mundo.” Mas respirei fundo e respondi:
- Todo mundo se sente sozinho algum dia, não é mesmo? - Ri forçado e, como sempre, fingi estar tudo bem.

Se eu te pedir baixinho, com carinho, com cuidado, quase como uma prece, pra você cuidar de mim, você cuida? Se eu te falar que nem vou fazer barulho, nem vou dar muito trabalho, que só preciso de algumas frases clichês, de alguns abraços sinceros, você fica? Eu finjo que não sou hipérbole, meu bem, que não sou espinho. Sou só flor, se tu quiseres, se tu ficar.
— Clara D.
E foi embora, sim, assim mesmo, sem olhar pra trás, sem dizer adeus, sem deixar um mínimo gesto de conforto. Apenas foi e levou tudo que havia de bom, dentro de mim.
— Gabriela Novaes
Todos os dias ela levantava e colocava sua velha roupa de felicidade, vestia-se da cabeça aos pés, aquela vestimenta que, aos olhos alheios, tão linda; calçava aos pés algo que a fazia passar pelos espinhos e não doessem nela; punha uma sombreira que encobria seu rosto, trazendo, diante de todo aquele sol, um sorriso escondido pelas sombras, tinha em suas mãos algo, uma espécia de luva, que abrangia a todos, e todos sentiam-se acalentados com a sua presença, ninguém percebia nada de errado, às vezes ela até passava despercebida diante dos tais (…) passava o dia inteiro com aquela vestimenta, que parecia frágil, mas resistia, de uma forma tão surpreendente, a todos os males dos dias que passavam (…) mas a noite caía, ela voltara pra casa cansada de todo aquele peso da vestimenta, e tirava-a parte por parte, dos pés a cabeça despia-se inteira, e voltava a sua aconchegante “realidade” enquanto a noite vinha, punha um simples vestido que não tinha um nome fixo, era um nômade dos sentimentos, às vezes vinha de dor, outras de saudade, outrora apenas de cansaço, mas que sempre a fazia deitar em sua cama florida e seu travesseiro macio que a entendia melhor que o mundo inteiro, por um momento, ali, ela sentia-se protegida. (Warllyssong Sena)
Eu só queria que hoje eu acordasse e visse você comigo,eu só queria tomar café da manhã ao teu lado.Você não sabe como eu fico feliz com um "oi" seu,e um aperto de mão,significa muito,se isso não é amor,então oque mais pode ser? Você deveria pensar,perceber que ninguém vai te querer mais que eu,você deveria aproveitar enquanto eu ainda estou aqui,pois depois possa ser que eu canse,e vá embora.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

∙Não seríamos o casal mais comentado da cidade. ∙Seríamos
aquele casal formado por idiotas que tem a missão de fazer o outro rir.
Eu seria aquela que acordaria as oito da manhã para passar o dia vendo o
seu sorriso, sem reclamar do sono.∙ Nossa cama ficaria a tarde inteira bagunçada.∙ Do
lado esquerdo dela, estaria aquele ursinho de pelúcia que um dia você
me deu. Do direito, seria onde nós iríamos dormir. Não ficaria brava por
ter que levar o café pra você quando acordasse. Iríamos andar por aí,
sem rumo definido. Tiraríamos fotos e as colaríamos nas paredes do nosso
quarto. Eu iria usar a sua camisa, enquanto você usasse o meu sutiã por
cima da blusa para me fazer rir. Iria sentir ciúmes de todas as pessoas
que conversassem contigo. Mas no fundo, sempre saberia que você estaria
pertencendo a mim. Veríamos o mar, agarradinhos. Um esquentando o
outro, enquanto o sol estaria se pondo. Você sempre brincaria comigo, me
imitando na tpm. Você disputaria comigo para ver quem iria fazer
compras no supermercado, e acabaríamos indo juntos. ∙Nossos filhos? Ah, eles seriam lindos. ∙Um
menino e uma menina. A menina seria mais parecida com você, com aquele
jeito de rir de tudo. Passaríamos a maior parte do tempo discutindo
sobre as cores das paredes da casa, ou sobre quem teria que trocar as
fraldas dos bebês. Sempre chamaríamos uma babá para cuidar das crianças
nos sábados a noite, enquanto sairíamos para jantar, ou pra ver algum
filme no cinema. Estaríamos sempre juntos, apesar de tudo. Lembraríamos
de como a nossa história começou, e a contaríamos para todos, mesmo
sabendo que eles já haviam a decorado de tanto ouví-la. Você cantaria a
nossa música pra mim, enquanto eu encararia nos seus olhos.
Compartilharíamos segredos, como todas as outras vezes que fizemos isso.
Eu seria seu bebê, sua pequena, seu anjinho. Você seria o meu herói
eterno. E quando perguntassem como nós nos conhecemos, eu faria questão
de contar detalhe por detalhe, incluindo o modo de como meus olhos
brilharam quando te viram pela primeira vez. ∙Já imaginou, anjo? Seríamos um casal e tanto.∙ Eu
com todas as minhas crises de ciúmes, não deixaria você chegar perto de
nenhuma garota que não fosse eu. Você com seu senso de humor, faria
qualquer palhaçada para me arrancar um sorriso. Te obrigaria a ver
aqueles filmes românticos que te irritam tanto, e te abraçaria quando
estivesse com frio. Naqueles dias que eu acordasse de mal humor,
reclamando de tudo, você apenas me beijaria, e susurraria no meu ouvido o
quanto me acha linda, mesmo sabendo que eu não acreditaria. Você me
jogaria na piscina, e eu te puxaria junto. E também haveriam aqueles
dias chuvosos, que passaríamos brincando um com o outro. ·Você poderia ser tudo… meu travesseiro, meu cobertor, meu ursinho de pelúcia, minha proteção.· Você
poderia ser aquele brinquedo que tanto me faria sorrir, como se eu
fosse uma criança de cinco anos. Você inventaria de cozinhar, mas sempre
resultaria em pizza. Chamaríamos as crianças para comer, e depois
iríamos colocá-las para dormir. Passaríamos a noite deitados na cama,
assistindo tv. Quando o sono estivesse chegando, eu lhe daria mais um
beijo e minutos depois já estaria cochilando. Acordaria de madrugada
para dizer que estaria sentindo a sua falta. Haveriam algumas brigas
também, mas elas sempre acabariam em você me roubando um beijo, e eu te
chamando de bobo. Eu poderia cuidar de ti para sempre, anjo. Te chamaria
de idiota, chato, lerdo, mas no final admitiria que não sei viver sem
você. Decoraria todas as suas manias, e te diria o quanto seu sorriso é o
mais bonito de todos.
Não eram um casal perfeito, daqueles de cinema. Brigavam muito, ficavam um tempo sem se falar e nesse intervalo ainda rolava uma guerra de indiretas, cada um querendo ser o dono da verdade. Mas no fundo eles sabiam que tudo era joguinho bobo de orgulho, e que por trás das caras fechadas e bicos não se aguentavam de saudade. Tudo bem se eles passavam uma imagem de cão e gato, mas uma coisa é certa… Eles se amavam mais do que qualquer coisa.

Caio Fernando Abreu
Você chegou na hora exata, como se já tivesse o roteiro todo gravado com as cenas ensaiadas pra me conquistar. Me mostrando que a vida é mais além do que o que se vê. Que as pessoas são diferentes e elas mudam, pra melhor ou pior, simplesmente mudam. Me mostrou que existem sim, pessoas que se tornam especiais em pouco espaço de tempo. Que carinho e admiração se constrói com o tempo, assim como o amor. Nesse teatro de nós dois, você conseguiu cumprir o seu papel.
Coragem! Repito internamente em voz alta todos os dias. Cresce e aparece, larga dessa de se doer sozinha e não falar nada pra ninguém, menina. Seja comunicativa mais do que nunca, fale, converse, conte piadas sem graça, plante bananeira no chuveiro, dê língua pra alguma criança espevitada numa fila de banco. Abra suas asas e solte suas feras, como diria o velho grande Lulu Santos. Deixa pra se arrepender, chorar, se corroer de remorso comendo chocolate depois. Não espere demais, esperando demais talvez não se queira mais as mesmas coisas e isso tudo nem valha mais a pena.
Cansei de quem gosta como se gostar fosse mais uma ferramenta de marketing. Gostar aos poucos, gostar analisando, gostar duas vezes por semana, gostar até as duas e dezoito. Cansei de gente que gosta como pensa que é certo gostar. Gostar é essa besta desenfreada mesmo. E não tem pensar. E arrepia o corpo inteiro, mas você não sabe se é defesa para recuar ou atacar. Eu eu gosto de você porque gostar não faz sentido.
Você pode não ser o primeiro homem dela, o último homem dela ou o único homem dela. Ela amou antes, pode ser que ela ame de novo. Mas se ela se ama agora, o que mais importa? Ela não é perfeita - você também não é, e vocês dois podem nunca ser perfeitos juntos, mas se ela te faz rir, te faz pensar duas vezes, e admite ser humana e cometer erros, segure-se a ela e dê a ela o máximo que você puder. Ela pode não estar pensando em você a cada segundo do dia, mas ela te dará uma parte dela que ela sabe que você pode quebrar - o coração dela. Então não machuque ela, não mude ela, não analise e não espere mais do que ela pode dar. Sorria quando ela te fizer feliz, diga a ela quando ela te deixar com raiva, e sinta a falta dela quando ela não estiver por perto.

Bob Marley
A gente ria à toa e eu adorava quando você soltava alguns sons esquisitos no meio de uma gargalhada. A gente se implicava quase que a cada piscada de olhos e não nos importávamos com isso. Tínhamos uma consciência ingênua, fazíamos planos impossíveis como se o amanhã pudesse ser moldado da maneira que quiséssemos. A gente gesticulava demais, falava demais, se cobrava demais, se amava demais. Era ridícula a maneira que nos tratávamos, meio piegas, confesso. Mas levanta a mão quem nunca foi piegas na vida. Piegas, palhaço, animador de palco, cantor, ator, brega. Fui tudo e mais um pouco e você adorava. Só continuo desacreditando em tudo que leva a crer que isso não mais exista. Desacredito do fim e acredito no amor, entende? Eterno é tudo aquilo que se faz inesquecível. Somos eternos e fim.
É melhor você ter uma mulher engraçada do que linda, que sempre te acompanha nas festas, adora uma cerveja, gosta de futebol, prefere andar de chinelo e vestidinho, ou então calça jeans desbotada e camiseta básica, faz academia quando dá, come carne, é simpática, não liga pra grana, só quer uma vida tranqüila e saudável, é desencanada e adora dar risada. Do que ter uma mulher perfeitinha, que não curte nada, se veste feito um manequim de vitrine, nunca toma porre e só sabe contar até quinze, que é até onde chega a sequência de bíceps e tríceps. Legal mesmo é mulher de verdade. E daí se ela tem celulite? O senso de humor compensa. Pode ter uns quilinhos a mais, mas é uma ótima companheira. Pode até ser meio mal educada quando você larga a cueca no meio da sala, mas e daí? Porque celulite, gordurinhas e desorganização têm solução. Mas ainda não criaram um remédio pra FUTILIDADE!
As vezes, pessoas se vão para que conheçamos outras. E é preciso ter uma sobra de espaço para um novo sentimento, uma nova relação, seja ela amorosa ou afetiva. Não precisa ser necessariamente mais importante que a de antes, nem mais interessante. Talvez seja tão quanto ou até menos, mas o ciclo precisa continuar. O entra e sai de pessoas na nossa vida não para, é sempre um recomeço, e ele pode ser agradável ou não.
Meu tipo preferido de gente é aquele que espirra engraçado, que ri com a mão na barriga, que canta e dança qualquer música. Aquele tipo de gente que tropeça e finge que tá correndo, que sai de pijama na rua, que acorda rindo. Gente que não planeja tudo. Gente que pede licença, que diz “obrigado”, que pede desculpas, que chora assistindo filme. Aquele tipo de gente que é muito sincera, mas sabe quando e como falar, aquele que conversa olhando nos olhos. Aquela gente que diz que te ama, que mexe no cabelo dos outros, que lê as coisas no elevador, que conta piada, que joga conversa fora, que te organiza uma festa surpresa, um almoço ou um jantar surpresa… Aquele tipo de gente que te faz sorrir, que te faz sentir importante, que se importa. Aquele tipo de gente que não tem vergonha de ser feliz. Gente que gosta de gente.
Prepare- se: vou falar Coisas Duras. Na minha sincera, desinteressada
e afetuosa opinião de quem quer te ver feliz. Desguia, entra noutra, arruma um namorado novo, gatinho sem problemas, que dê cama & carinho. E simples e gostoso. Por que não? Não se puna. Não finja que-os-problemas-foram-superados-e-tudo-está-num-ótimo-astral. Vira a mesa de vez e parte pra outra. Você, como qualquer ser humano, precisa de amor. E como ser humano legal e especialíssimo, merece amor de uma pessoa bonita.

Caio F. Abreu