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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Todos os dias, ela vem e bate na porta de casa. Vem de mansinho — como quem não quer nada, mas tem tudo. Gosto tanto do seu papo agradável que por mim,  conversaríamos por horas. Às vezes, me deparo com nós duas lá no sofá, fazendo companhia uma para outra. Quando chega o amanhecer, a saudade vai embora, então, aproveitamos muito até as hora que ela precisa ir. Vejo fotos, músicas e vejo você estampado nela. Brincamos com números — mais especificamente com as datas, com cores também, principalmente as daquele teu sueter polonês favorito. Temos bom gosto, sabia? Para duas desconhecidas que se encontraram um dia sem mais e sem menos, nos damos muito bem. Ambas gostamos do teu relógio de couro envelhecido e principalmente do brilho que o teu cabelo tem quando está molhado. Teu cheiro não sai da memória, a fragrância dança entre as minhas narinas e provoca meu faro. Guardo até hoje o botão do teu casaco que escapou quando o enroscou na maçaneta da porta. Você se lembra? tivemos que correr pros fundos de casa, pois se meu pai nos visse nos beijando no portão de casa, iriamos estar encrencados. Foram mais que dias — foram pedacinhos de uma eternidade inteira. Uma não, nossa eternidade. Compartilho tudo com aquele meu velho diário verde escuro,  que você morria de curiosidade de ler. Deixei gravado pouquinho de nós ali, assim como fiz no coração. Peço para a saudade te trazer de volta, mas ela me jura não ser forte o suficiente pra te arrastar pra perto de mim mais uma vez. Tenho feito o mesmo pedido pro amor, mas também é em vão. Não sei pra quem pedir, a não ser para você. Então, volta. Por mais que eu goste dessa minha companhia não tão vazia, ainda prefiro a sua.
Só me perdoe, tudo bem? Por não ser perfeita, por não ser suficiente, por sempre me sentir inferior. Desculpa por não ser tudo aquilo que você sempre quis, por não ser o que você merece. Juro que lamento muito por isso. Por não ser a pessoa que você precisa.
Normalmente eu falo só por mim. Mas agora não. Agora somos dois corações destruídos, duas pessoas perdidas, remando contra a corrente. Ultimamente, nós só estamos colecionando mágoas. Eu te machucando, você me machucando. E os dois voltando para casa sem saber como agir. Onde é que foram parar aqueles nossos momentos tão cheios de vida? Por onde andam aquelas ligações que duravam horas? O que foi que aconteceu com as nossas conversas bobas? Afinal, o que foi que aconteceu com nós dois? Eu realmente sinto falta daquilo. A verdade é que nós mudamos muito e qualquer um é capaz de notar isso. Você está tão diferente e mudado. Já não tem mais os velhos hábitos de antes e nem os mesmos gostos. Até o seu jeito de falar e agir mudou um pouco. E claro, também tenho consciência das mudanças que ocorrem em mim. Na verdade, acho que o tempo que passamos longe um do outro causou muito mais efeitos em mim do que em ti. Eu ando tão cheia de dúvidas, de temores. E ano que vem, como é que vai ser? Tenho medo das mudanças que podem acontecer. E tenho ainda mais medo de nós dois não sermos fortes o suficiente para aguentar e suportar todas elas. (Nathália Lima ♔)
Ela será única. Você conhecerá outras pessoas, terá um flashback com a sua ex namorada, terá uma nova namorada, mas ela continuará sendo a sua preferida. Provará outros beijos, se sentirá frustrado, algumas vezes, ao perceber que aquela loira linda da festa não beija tão bem assim. Passará a mão em outros cabelos, alguns mais longos, outros mais curtos, mais cheios, mas de qualquer forma, sentirá falta dos cabelos dela, que de tão pouco se perdiam nos seus dedos. Você sentirá outros perfumes, amadeirados, cítricos, doces, e sentirá falta do cheiro da pele dela, que tinha um cheiro tão bom que te fazia fechar os olhos e suspirar fundo. Você chorará, toda noite, baixinho, sentindo a maior saudade que você já sentiu em toda a sua vida. Olhará para os lados, verá a vida passando, e sentirá uma falta quase mortal da vida que ela te proporcionava todos os dias. Você entenderá que a amava. Você entenderá que a ama. Você entenderá que ela será eterna. E-t-e-r-n-a. Você, ao conhecer outras com o mesmo nome, sentirá um aperto no peito ao dizer que esse nome é lindo, sentirá suas mãos tremerem ao lembrar que dizia que esse seria o nome da filha de vocês. O seu celular, ao tocar, após anos, após milhares de vezes, ainda desejará realizar uma ligação de vocês, aonde ela dirá que ainda te espera, e você dirá que está indo buscá-la, assim como em um texto que um dia ela escreveu. Você irá ler, palavra por palavra de tudo que ela escreveu um dia, e se surpreenderá ao ver que ela suplicava por você. Você se sentirá um idiota. Mas ela, ela continuará sendo única. Ela continuará sendo sua. Você continuará sendo dela. Mas a vida continuará. Ela fará um esforço descomunal para te esquecer, talvez, por alguns anos, ou até que toque a música de vocês, conseguirá. Lembrará de vocês com uma pequena tristeza mas com um grande afeto, assim como ela sempre disse, você ainda será a escolha dela, mas infelizmente, a vida lhe deu outras opções… Reticências, sua vida será repleta delas, assuntos não terminados, desejos não obedecidos, o maior e único amor da sua vida, perdido pela sua incapacidade de amar alguém. Você virá um dia para perto da casa dela, pensará uma, duas, três, mil vezes em um jeito de tentar achá-la, de descobrir se após tantos anos, ela ainda irá morar ali. Ela, irá para perto da sua casa, passará na sua rua uma, duas, três, mil vezes, na intenção de que você a veja e diga: ”Finalmente“. Ela passará mesmo na sua rua, porque sempre foi mais decidida que você, você ficará só planejando.
Não há mais nada a fazer. Existem coisas- pessoas, que nós devemos deixar para trás. Há sentimentos dentro de nós mesmos que temos de nos esvair. Para que outros possam adentrar. Não existe possibilidade alguma da tristeza e a alegria habitar em um mesmo lugar. Tão pouco o amor e o ódio não precisam e também não devem andar de mãos dadas. Querendo ou não, se as coisas – sua vida – continuar assim na fase do “sentindo e não sentindo” “amando e odiando” chegará a certo ponto em que alguém – você, sairá ferido no meio dessa batalha sem fim, rumo a um destino de ilusão e de bônus mais sofrimento. Vá meu caro, tente se contentar com o que tem. Não procure sentimentos em lugares que nunca obtiveram nenhum sinal de vida. Não se desgaste com tão pouca coisa. Coloque seus pés no chão por um instante, não tente voar alto demais, provavelmente tu não irás alcançar e tu só iras se machucar. Tire de seus devaneios aquilo que só te faz mal. O amor é assim mesmo. Enfeitiça-te e o deixa transtornado. Ao ponto de você amar só quem quer o mal de ti. E te cegar para tu não ver quem te quer bem – que te ama de verdade.  Por tanto assim digo para ti; Quando tudo der errado em sua vida, quando o seu amor que tu esperavas que fosse recíproco, mas não foi bem assim, tu na verdade amou sozinho. Não sejas tolo. Não vá correr atrás daquilo que só te fez sofrer. Tire a venda que o amor colocou em seus olhos, não faça nada.. deixe como tudo está. Deixe que o tempo arrume e desarrume você.
Ah, pobre menina! Acreditava tão fácil nas pessoas. Sofria por tão pouco. Se iludia com qualquer sorriso. Era enganada tão facilmente. Sonhava tão alto. Sorria tão timidamente. Se fazia de durona, mas por dentro era mais mole que maria-mole. Era extremamente e absurdamente frágil, mas ninguém percebia isso. Que menina estranha era ela! Esperava por coisas que talvez nem iriam chegar e procurava por coisas que talvez nem existiam. Pensava, sozinha, por horas. Gostava de olhar o céu e contar estrelas. Chorava ao ar livre para que as lágrimas pudessem secar rapidamente. Sussurrava palavras para si mesma: “que mania feia essa de ficar falando sozinha, menina."
Não tenho o corpo de modelo e nem milhões de amigos. Se eu quero conquistar um garoto eu uso o cérebro e não a bunda. Vivo reclamando do meu cabelo, mas não vivo sem ele. Tenho medo de me apaixonar e sofrer. Gosto de algumas pessoas em segredo. Odeio dramas, exceto os meus. Não sei gostar pouco, quando gosto eu gosto muito. E quando odeio tambem. Não gosto muito de usar salto alto, prefiro all star. Sou muito ciumenta, mas o pior de tudo é quando eu tenho ciúmes de coisas e pessoas que não são minhas. Costumo colocar sentimentos onde não deveria existir nada. Não sei explicar nada pra ninguém. Odeio que falem mal do meu românce secreto com meu ídolo, é muito assedio por isso a gente não quer assumir o namoro. Sou um pessoa muito feliz, por isso falam que eu sou doida!
Eu gosto mesmo.. é de sentir. Mas sentir de verdade, sentir com bastante intensidade. Amor. Paixão. Qualquer coisa, que me faça tirar os pés do chão, algo que me faça prender a respiração. Ou até mesmo que faça meu coração bater mais forte e que faça-me sentir como se estivessem borboletas embrulhando meu estômago. Pois gosto mesmo é de sentir coisas novas, algo inédito ou até mesmo inexplorado… esse vazio me enjoa, me cansa, me enfastia.. me desagrada tanto. Que pra falar a verdade, essa coisa de me sentir tão “normal” já vem me irritando bastante […]
— Gabriela Novaes
Tão longe ficou o tempo, este, onde eu tinha a capacidade de sentir e esperar coisas boas como aconchego, confiança. Faz tempo em que esqueci como se dança, perdi todas as esperanças. Tão longe a felicidade ficou, quanto coisa boa não chegou. Tão longe ficou o tempo, aquele, aquele velho tempo onde a confiança existia entre os meus dedos, onde eu tinha aquelas tão estranhas vontades de sorrir, e eu me alegrava com pequenas, simples coisas. Onde os amigos eram amigos, o dinheiro nada valia, e os meus sentimentos não eram estas coisas estranhas, doídas. Tão longe passou o tempo, onde as vontades de viver gritavam, dançavam, e aquelas vontades de me dominavam, me empurravam pra frente, nas minhas velhas vontades de continuar. Hoje não sei mais como continuar. Não escrevo mais cartas, não escrevo mais nada, com a esperança que alguém se compadeça de mim. Hoje, não consigo mais ligar a estes amigos estranhos (e contar, contar, contar) tudo aquilo que tanto vivi, tudo aquilo que tanto sofri. Os chás, bolos, chocolates não me consolam mais. Nada me consola mais. De tanto chorar, acabei saindo da velha roda de dança. Eu já não sei mais o que faço. Esqueci como se dança menina, esqueci, esqueci o velho verbo ‘amar’. Igor Lopez.

Vestida de sentimentos

Todos os dias ela levantava e colocava sua velha roupa de felicidade, vestia-se da cabeça aos pés, aquela vestimenta que, aos olhos alheios, tão linda; calçava aos pés algo que a fazia passar pelos espinhos e não doessem nela; punha uma sombreira que encobria seu rosto, trazendo, diante de todo aquele sol, um sorriso escondido pelas sombras, tinha em suas mãos algo, uma espécia de luva, que abrangia a todos, e todos sentiam-se acalentados com a sua presença, ninguém percebia nada de errado, às vezes ela até passava despercebida diante dos tais (…) passava o dia inteiro com aquela vestimenta, que parecia frágil, mas resistia, de uma forma tão surpreendente, a todos os males dos dias que passavam (…) mas a noite caía, ela voltara pra casa cansada de todo aquele peso da vestimenta, e tirava-a parte por parte, dos pés a cabeça despia-se inteira, e voltava a sua aconchegante “realidade” enquanto a noite vinha, punha um simples vestido que não tinha um nome fixo, era um nômade dos sentimentos, às vezes vinha de dor, outras de saudade, outrora apenas de cansaço, mas que sempre a fazia deitar em sua cama florida e seu travesseiro macio que a entendia melhor que o mundo inteiro, por um momento, ali, ela sentia-se protegida.

Minha lâmpada de cabeceira está estragada. Não sei o que é, não entendo dessas coisas. Ela acende e, sem a gente esperar, apaga. Depois acende de novo, para em seguida tornar a apagar. Me sinto igual a ela: também só acendo de vez em quando, sem ninguém esperar, sem motivo aparente. Para a lâmpada pode-se chamar um eletricista. Ele dará um jeito, mexerá nos fios e em breve ela voltará a ser normal, previsível. Mas e eu? Quem desvendará meu interior para consertar meus defeitos?
— Caio Fernando Abreu
“Ela era baixinha e tinha os cabelos longos, volumosos, dedos se perdiam entre eles, escorridos no seu rosto. Olhos fundos e castanhos. Indecifráveis. Usava um perfume que lhe fazia fechar os olhos e suspirar. Um sotaque engraçado e uma voz gostosa de ouvir. Um riso agradável, doce. Um abraço aconchegante. Uma timidez, que deixava-a mais atraente. Tinha um controle ímpar sob seus sentimentos, não sentia segurança suficiente para entregar-se totalmente. Receio ou medo, talvez. Já que, mais de uma vez, teve seu coração dilacerado. De tanto correr atrás, seus pés cansaram-se. Passou a acreditar que amor não existia, era mentira, uma história sem graça que lhe fazia bocejar, como uma criança, que acabara de descobrir que papai noel não existe, que fica abalada por ter vivido uma mentira — por mais boba que seja — mas que depois supera, tendo isso como lição, para nunca mais acreditar nas histórias que sua mãe lhe contava antes de dormir […] Era singular, era como música, era de gelo, era intensa, era indiferente, era possessiva, era ela, só ela, sem par […] Fria. De pedra. Tentava ser. Sofria. Sorrisos. Sinceros. Expectativas. Cansou-se. E de tando se decepcionar, hoje, não se decepciona mais.” (worldstopped)